quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Variações: A Multiformidade Da Língua.

Em uma linguagem sistemática e coerente podem ocorrer formas diferentes de se efetuar a língua, uma vez que variam no espaço – variação diatópica –, no tempo – variação diacrônica – e no indivíduo.

Ao encontrarmos pessoas de regiões diferentes do Brasil, não raro nos deparamos com expressões lingüísticas diferentes. Na fala de interioranos de São Paulo, por exemplo, o r é retroflexo, como em porta, celular; já na região Nordeste temos o uso das vogais o e e abertas, como em Rónaldo, sémente.

Segundo CAMACHO(1988) existem múltiplos fatores originando as variações, as quais recebem diferentes denominações. Eis alguns exemplos:

• Dialetos – variações faladas por comunidades geograficamente definidas. Idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado quando sua condição a iguala a linguagem.
• Socioletos – variações faladas por comunidades socialmente definidas. É a linguagem padrão estandardizada em função da comunicação pública e da educação.
• Idioletos – é uma variação particular, isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões.
• Etnoletos – variação para um grupo étnico.
• Ecoletos – um idioleto adotado por uma casa.

É inegável as diferenças que existem dentro de uma mesma comunidade de fala. A partir de um ponto qualquer vão se assinalando diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da mesma forma se constatam diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, sua profissão, grupos com os quais convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar como modelador à fala de alguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário